As estatísticas do ativo Taxa DI-Cetip Over (Extra-Grupo) são calculadas e divulgadas pela Cetip, apuradas com base nas operações de emissão de Depósitos Interfinanceiros pré-fixados, pactuadas por um dia útil e registradas e liquidadas pelo sistema Cetip, conforme determinação do Banco Central do Brasil.
No universo do mercado interbancário são selecionadas as operações de 1 (um) dia útil de prazo (over), considerando apenas as operações realizadas entre instituições de conglomerados diferentes (Extra-grupo), desprezando-se as demais (Intra-Grupo). As estatísticas aqui apuradas são, portanto estatísticas da população DI Over (Extra-Grupo).
A nova metodologia de apuração do DI propõe que o cálculo seja baseado em grupos de taxas e valores, não mais em operações.
A diferença principal deste novo tratamento é que não há mais exclusão de cinco 5% nos extremos das caudas (superior e inferior); mas sim uma diluição do percentual de alfa, definido em 10%, ao longo de toda a série de dados. Dessa forma, os pesos das caudas são reduzidos e proporcionalmente distribuídos nos pesos remanescentes.
As taxas são expressas sob forma anual, de acordo com a seguinte fórmula:
Onde:
2• Para cada taxa é calculado o seu respectivo “Peso” em relação ao Volume Total Depositado calculado
conforme abaixo:
Peso da operação: , onde:
2• A série é dividida em 2(duas) caudas de forma que, em ambos os sentidos, a soma dos pesos definidos
não ultrapasse o valor definido de Alfa.
• Beta (β): onde:
• Gama (Y): onde:
2• É realizada apuração de Beta (β) e Gama (γ) para ajustar os pesos nos extremos inferior e superior.
Para o Beta:
Q1 = O Q1 deverá ser apurado apenas para a primeira operação da ordem crescente e o seu cálculo será o
Máx(0; Valor do Peso da Operação - Beta);
Q = O Q deverá ser apurado da segunda operação em diante e o seu cálculo será o Máx(0; Valor do Peso
da Operação - Ri-1);
Ri-1 = Representa o R da operação anterior (ou R1 no caso da operação anterior ser a primeira);
R1 = O R1 deverá ser apurado apenas para a primeira operação da ordem crescente e o seu cálculo será o
Máx(0; Beta - Valor do Peso da Operação);
R = O R deverá ser apurado da segunda operação em diante e o seu cálculo será o Máx(0; Ri-1 -
Valor do Peso da Operação)
Para o Gama:
Qult = O Qult deverá ser apurado apenas para a última taxa da ordem crescente e o seu cálculo será o
Máx (0; Peso da Taxa - Gama);
Q = O Q deverá ser apurado da segunda taxa em diante e o seu cálculo será o Máx (0; Peso
da Taxa - Ri+1);
Ri+1 = Representa o R da taxa posterior (ou Rult no caso da taxa posterior ser a última);
Rult = O Rult deverá ser apurado apenas para a última taxa da ordem crescente e o seu cálculo será o
Máx (0; Gama - Peso da Taxa);
R = O R deverá ser apurado a partir da penúltima taxa e o seu cálculo será o Máx (0; Ri+1 -
Peso da Taxa).
3• Os pesos finais serão apurados para o cálculo da Taxa DI Over:
Cálculo dos pesos finais:
Os pesos finais deverão ser calculados para cada operação pela fórmula:
4• Última etapa: Multiplicação dos pesos finais pelas Taxas DI
Onde:
Taxa DI final = somatório do produto do Peso Final pela Taxa DI over praticada nas operações extra-grupo na data, arredondado na 2ª casa decimal.
Critérios de Precisão:
PRECISÃO DAS VARIÁVEIS DE CÁLCULO | |
---|---|
Código | Precisão |
a) VFD | 2 decimais ; |
b) Peso | 9 decimais COM arredondamento; |
c) Alpha | 2 inteiros e quatro decimais (% indicado na tela de monitoramento); |
d) Beta/Gama | 9 decimais COM arredondamento; |
e) k | inteiro; |
f) l | inteiro; |
g) K | 9 decimais COM arredondamento; |
h) L | 9 decimais COM arredondamento; |
i) Q | 9 decimais COM arredondamento; |
j) R | 9 decimais COM arredondamento; |
k) Peso Final | 9 decimais COM arredondamento; |
l) Taxa DIi | Obs.: Na tela, a operação pode ser informada com até 4 casas decimais, mas para o cálculo já se assume o arredondamento em 2 casas |
m) Peso Final X Taxa DIioperação | 9 decimais COM arredondamento; |
n) DI Final | 2 decimais COM arredondamento; |
Visando dar maiores informações a respeito de como se apresenta a distribuição, são apuradas as estatísticas listadas abaixo:
Moda, por definição, é o valor que ocorre com maior freqüência em uma distribuição. Como a variável em estudo é a taxa, é definida como moda a taxa que ocorre com maior freqüência na distribuição a qual é denominada Taxa Modal.
É definido como mediana o valor médio ou a média aritmética entre os valores centrais em uma distribuição, isto é, o valor que divide a distribuição em 50 % das observações acima e 50 % abaixo deste valor. A mediana é o valor da Taxa que encontra-se nesta posição, dentro da distribuição.
São consideradas como Taxa Mínima e Taxa Máxima, a menor e maior taxa, respectivamente, observadas dentro da distribuição depois do corte bilateral.
Para medir o grau de dispersão das taxas em torno da média, faz-se uso do Desvio Padrão (s) e da Variância (s2), expressas abaixo:
Onde:
O grau de desvio em uma distribuição é denominado assimetria. É utilizado o segundo coeficiente de Pearson para mensurar o grau de assimetria da distribuição. O segundo Coeficiente de Pearson é definido pela expressão abaixo:
Onde:
Curtose é o grau de achatamento de uma distribuição em relação a uma distribuição normal.
Em uma distribuição normal o coeficiente de curtose é igual a 3 (a4= 3), sendo esta denominada de distribuição mesocúrtica.
Uma distribuição com (a4 < 3) é denominada platicúrtica, isto é, distribuição com o topo achatado, e uma distribuição com (a4 > 3), é denominada leptocúrtica, distribuição com topo relativamente alto. O coeficiente do momento de curtose é definido pela seguinte expressão:
Onde:
As estatísticas aqui listadas e apuradas têm por objetivo parametrizar cada distribuição e criar uma série histórica dos parâmetros possibilitando desta forma eventuais análises das distribuições.
Em datas especiais, como por exemplo: Carnaval, Natal, Ano Novo, feriados nacionais, dias 20 de Janeiro, 25 de Janeiro, 23 de Abril, 9 de Julho, 20 de Novembro e feriados regionais em São Paulo e/ou no Rio de Janeiro, dependendo do dia da semana em que incidam, o mercado opera a taxa DI para 1 (um) e/ou 2 (dois) overs. Para solucionar essa situação foi adotado o seguinte critério para apuração das estatísticas:
Tomando-se como exemplo o Natal de um determinado ano em que o dia 24 de dezembro (dia útil) ocorra entre segunda e sexta-feira, seguem, abaixo descritas, as duas etapas do procedimento especial adotado.
O conjunto de operações (população) se refere a emissões de DI prefixado, extra-grupo, registradas no sistema Cetip.
Descrição da apuração feita no dia útil imediatamente anterior ao dia 24 de dezembro:
a) É selecionada a população das emissões de DI com prazo de 1 (um) dia útil, cujas taxas são expressas ao ano de 252 dias úteis, de acordo com a seguinte fórmula:
Onde:
b) É selecionada a população das emissões de DI, com prazo de 2 (dois) dias úteis, cujas taxas são convertidas para 1 overnight, expressas ao ano de 252 dias úteis, através da seguinte fórmula:
Onde:
c) As duas populações ( 1 overnight e 2 overnights, convertida para 1) são agregadas e o sistema procede a apuração das estatísticas (média, moda, desvio padrão, etc.) de acordo com a metodologia divulgada nos Comunicados Cetip nº 113 e 114, de 26/01/1998 e 28/01/1998, respectivamente.
Descrição da apuração feita no dia 24 de dezembro:
O fallback é caracterizado num cenário onde, em um dia de negociação, o número de operações usadas para o cálculo da Taxa DI seja inferior a 10 (dez). Nesta situação, a metodologia atual do DI não será aplicada e será acionado um modelo estatístico diferenciado para a apuração da Taxa DI.
Com o intuito de prover mais simplicidade e transparência, a metodologia fallback para apuração da Taxa DI a partir da Taxa Selic Over foi alterada na revisão de 21 de julho de 2016, como divulgado através do comunicado Cetip n° 062/2016 em 8 de julho de 2016.
Dessa forma, uma vez caracterizado o fallback, a apuração da Taxa DI, para uma determinada data, é realizada através do modelo descrito abaixo:
DI = β x SELIC
*Em caso extraordinário de não divulgação da Taxa SELIC Over até às 21h00, a Cetip poderá adotar a SELIC da data anterior exclusivamente para o cálculo da Taxa DI pelo modelo fallback. Se esta situação ocorrer no dia útil imediatamente posterior a uma revisão da Taxa Selic Meta, poderá ser adotada a Taxa SELIC Over da data anterior acrescida do valor da alteração decidida na reunião do COPOM. Uma vez divulgada a Taxa DI, mesmo que a Taxa SELIC Over do dia venha a ser divulgada, a Taxa DI não será recalculada.
O parâmetro β representa a média aritmética dos quocientes Taxa DI/Taxa SELIC Over verificados dentro do período do ano anterior a revisão. O ano base utilizado para o cálculo do parâmetro β contempla os quatro trimestres (completos) imediatamente anteriores à revisão, utilizando todas as Taxas DI divulgadas.
A revisão do parâmetro β é efetuada trimestralmente, entretanto o valor será atualizado somente se no último ano - que compreende os quatro trimestres imediatamente anteriores à revisão - ocorrer no mínimo 50 Taxas DI formadas pelo mercado (ou seja, Taxas DI que não foram apuradas pela metodologia fallback).
A revisão do parâmetro β é efetuada trimestralmente, passando a vigorar no dia útil posterior à primeira reunião ordinária do COPOM de divulgação da Taxa Selic Meta de cada trimestre. No entanto, o valor do parâmetro β será atualizado somente se no último ano - que compreende os quatro trimestres imediatamente anteriores à revisão - ocorrer no mínimo 50 Taxas DI formadas pelo mercado (ou seja, Taxas DI que não foram apuradas pela metodologia fallback).
As datas de revisão* do modelo fallback para 2018 são:
* Em casos extraordinários a B3 poderá revisar o parâmetro β vigente em datas diferentes das previamente divulgadas. Nestes casos, o mercado será previamente comunicado.
β: 0,99865
O valor inicial do β foi apurado de acordo com o novo modelo (média aritmética dos quocientes Taxa DI/Taxa SELIC Over) utilizando como ano base o 2º, 3º e 4º trimestres de 2015 e o 1º trimestre de 2016, período que compreendeu 250 dias úteis (com Taxas DI divulgadas).
A metodologia fallback anterior a 21 de julho de 2016 estipulava dois parâmetros para estimação do modelo: α e β. Sendo o modelo:
Esta metodologia definia o modelo a ser adotado a partir de testes em uma série de modelos, considerando que eles deveriam ter um bom desempenho em amostras que não foram utilizadas para sua estimação.
A diferenciação entre os modelos se dava, então, pelo percentual dos dados utilizados na estimação em contrapartida ao percentual dos dados testados (observados como resultados) dentro da série. Obviamente, em todos os modelos o somatório dos percentuais (% de dados utilizados na estimação + % de dados testados) era igual a 100%.
A escolha do modelo então era feita com base no modelo que apresentasse a menor amplitude de erro entre todas as estimações e que respeitasse a relação histórica entres as Taxas DI e Selic Over.
Parâmetros atualizados em 02/05/2013:
∝: -0,21868
β: 1,01466
Parâmetros atualizados em 02/08/2013:
∝: -0,243305
β: 1,016932
Parâmetros atualizados em 04/11/2013:
∝: −0,03267
β: 0,99039
Parâmetros atualizados em 04/02/2014:
∝: -0,33702
β: 1,02193
Parâmetros atualizados em 05/05/2014:
∝: -0,32897
β: 1,02089
Parâmetros atualizados em 04/08/2014:
∝: -0,34841
β: 1,02331
Parâmetros atualizados em 04/11/2014:
∝: -0,34843
β: 1,02331
Parâmetros atualizados em 03/02/2015:
∝: -0,35430
β: 1,02403
Parâmetros atualizados em 05/05/2015:
∝: −0,40038
β: 1,02860
Parâmetros atualizados em 30/07/2015:
∝: - 0,1380
β: 1,0083
Parâmetros atualizados em 22/10/2015:
∝: - 0,0545
β: 1,0029
Parâmetros atualizados em 21/01/2016:
∝: - 0,0700
β: 1,0037
Parâmetros atualizados em 28/04/2016:
∝: - 0,0664
β: 1,0035
Metodologia elaborada pelo prof. Dr. João Carlos Prandini, doutor em Matemática pela Universidade de São Paulo e diretor da Bloom Consulting.